terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Sexto Ato

Hoje eu quero sair só.


Só sentindo o vento assanhar-me os cabelos nesse tempo com cara de tempestade. E se chover estou pronta para me molhar. Talvez até ser como aquelas personagens de filmes e dançar na chuva de braços abertos em plena rua. Loucura? Não creio. Deva ser uma sensação tão gostosa não se importar com os outros enquanto gotas caem sobre você, enxarcando-lhe cada pedaço, lavando-lhe como se fosse uma estátua com fuligem de carros tomando banho do tempo imprevisíveil.


Oh imprevisível tempo e tão quão inconstante eu sou. Ontem precisava tanto sentir as pessoas próximas. Sabe como é quando você sente saudades e aquele sentimento te aperta o peito? Você só quer estar ao lado de alguém, sentindo-se protegida pela simples presença, pois a saudade é exatamente o oposto, a ausência. Mas hoje não. Hoje é um dia diferente. Até em cores ele mudou. Algo como se fosse um azul acinzentado com vibrações que não são nada de "vazio" dentro de mim, mas sim de conforto em ser eu mesma e estar viva.


Hoje eu quero sair só.


Sozinha por aí, entre pessoas desconhecidas. Ouvir histórias dos outros por onde passar e por um momento esquecer da minha.

Sozinha nesse tempo maluco sem guarda-chuva esperando me molhar na chuva.

Sozinha, como se Lenine pudesse me traduzir: "A lua me chama. Eu tenho que ir para a rua!". Tudo bem que a lua não me chama, pois ela nem apareceu. Mas o dia me motiva a sair e sair só.


Hoje eu só quero sair só!

Hoje eu quero a minha companhia.

Hoje eu quero rir comigo mesma.

Hoje eu quero ser livre.

Hoje eu vou sair só.



Então...

Tchau!



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